Amor?

Amor?

Há algo que nos caracteriza e que vai para além da nossa imagem; algo que nos define e que nem sempre é vísivel aos olhos de quem vê....O humor que um dia sentimos em nós, vimos a desfalecer de dia para dia, as nossas piadas mais parecem mensagens de velório para quem nos ouve.... As nossas saídas entre amigos parecem-nos ser feitas na presença de outrém......porque aquela pessoa que está ali, é tudo menos nós....e quando deixamos de ser nós próprios? Estamos a viver por amor ou para amar? Amor que é verdadeiro não faz chorar pelo sofrimento, quanto muito, pode fazer chorar pela saudade de não sentir, pela pessoa perdida! No entanto, há quem só saiba fazer poemas e escrever cartas de amor, quando o amor já não faz sentido! E quando tudo aquilo que nos envolve é apenas uma ameaça ao redor da pessoa que diz querer fazer parte integrante das nossas vidas? Isso não será sinónimo de egoísmo? E quando os nossos esforços se desvanecem por tantas tentativas esforçadas por quererem ir ao encontro de um amor que afinal não alimentava mais do que o ódio? Como é que alguém pode jurar a própria vida por um amor que nunca viu nascer? Como é que alguém que nunca se amou a si próprio, pode jurar amor eterno por alguém? Como é que alguém que nos diz amar eternamente nos pode privar dos nossos melhores momentos de amor entre familia, e de amizade entre amigos? Nada mais se pode chamar a isto, a não ser de egoísmo! E para além de egoísmo, existe algo que só nós, que estamos dentro do mesmo circulo ou coração idealizado, podemos caracterizar por exibicionismo. Alguém que passa a vida a provocar-nos; a implicar com a mais pequena necessidade vital do ser humano; como é que podem confundir algo tão puro com algo tão banal e inaceitável?! Amor e ódio não combinam....há quem diga que se podem confundir, mas na verdade, não existe amor que faça sofrer como o ódio, e quanto muito, o amor não faz chorar pelo sofrimento, podemos sim, chorar por amor, mas com saudade daquilo que deixámos longe. Como é que alguém que sempre viu tudo tão puro como a água, nos pode acusar de algo tão poluído como os oceanos que nos rodeiam? Existe aquilo em que vivemos, que sentimos de pés e mãos.....existem outras coisas que não tocamos, que são muitos superiores a todos nós, e que no fundo não passam de meras ilusões...o neurótico imagina que vive numa casa em forma de castelo suspensa no ar....o psicótico  não imagina, ele vive lá....o borderline, vive nessa corda-bamba, daquilo que existe na terra e daquilo que existe no ar....tanto balança para a terra como balança para o ar....as suas cores da vida são em tons de preto ou em tons de branco, raramente vÊ o cinza....tudo o que se apresenta com pequenas dimensões, cresce na sua mente à medida que o seu pensamento estagna...ou seja, nunca evolui. O borderline não é um ser em evolução, é um ser que precisa de ser tratado, e por mais que possam existir momentos em que ele julgue que sofre mais do que ninguém, esse ninguém, que por sua vez está a seu lado, sofre mais do que qualquer outro ser na terra! É preciso viver para se perceber o valor que a vida tem, perto de alguém que não sabe dar à vida o valor que lhe compete!